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Banca, o porquinho mealheiro

31/03/2023


​Os maiores bancos em Portugal, em 2022, aumentaram os lucros em quase 70% – à custa dos clientes e, sobretudo, dos trabalhadores.

MAIS, SBC e SBN não aceitam o desprezo com que os bancários são tratados e exigem aumentos salariais dignos, ao invés de esmolas

Inês F. Neto

A banca a operar em Portugal lucrou, em média, sete milhões de euros por dia, ou seja, em 2022 os seis maiores bancos totalizaram 2578,6 milhões de euros, mais 1060,8 milhões do que em 2021 – que já foi um ano com excelentes resultados –, o que corresponde a uma subida de 69,8%. Enquanto isso, os clientes viram as taxas de juro aumentar (ao contrário do rendimento do seu dinheiro), as comissões subirem, os serviços degradarem-se com balcões encerrados e filas de atendimento de horas nos restantes.
E, por sua vez, quem produz estes resultados não tem direito a melhorar a vida e ser dignamente recompensado.
O porquinho mealheiro ilustra bem a excelente performance do setor bancário e o seu comportamento na sociedade.

Sindicatos rejeitam
Para o MAIS, o SBC e o SBN os argumentos da banca são somente desculpas infundadas: os resultados estão aí e demonstram o trabalho dos bancários. Mas compensação do esforço não há.
Responder aos Sindicatos com propostas de 2,5% – ou fora das negociações e sem incluir os reformados antecipar aumentos de 4% que não contam para a evolução salarial –, mais não é do que uma esmola. A desconsideração total pela dedicação diária de todos os que ao longo de um ano abdicaram da vida privada e familiar e suportaram condições de trabalho degradantes devido ao número cada vez mais reduzido de trabalhadores – sim, os bancos têm dispensado milhares de bancários – só pode ser classificado como desprezo e escravatura. Não é, certamente, o trabalho digno que tantos apregoam.
Os bancários merecem partilhar dos momentos bons, já que são os primeiros a sofrer nos momentos maus. MAIS, SBC e SBN tudo farão para que os seus sócios tenham a justa compensação.