A proposta de revisão salarial do banco é inaceitável para os Sindicatos da UGT, que contrapõem 6%.
À semelhança de outras Instituições de Crédito (IC), o Montepio ignora os bons resultados de 2023 quando se trata de compensar os trabalhadores. Numa total inversão das regras negociais, os bancos recorrem à futurologia na revisão das tabelas para 2024, ao invés de considerarem os dados do ano anterior.
Na reunião de negociações de dia 19 de fevereiro, MAIS, SBC e SBN deixaram claro ao Montepio que a sua proposta de 2% de aumento salarial é inaceitável.
Os Sindicatos da UGT insistiram na justeza da sua reivindicação de 6% nas tabelas e cláusulas de expressão pecuniária, tendo em conta a inflação de 2023, bem como os resultados do banco, obtidos com o esforço e profissionalismo dos seus trabalhadores.
Além disso, frisaram, há anos que os trabalhadores vêm perdendo poder de compra, fruto de aumentos salariais sempre inferiores à taxa de inflação e sem qualquer acréscimo pela produtividade.
Na sua argumentação, o Montepio repete a ladainha usada este ano pela banca: o eventual menor crescimento económico, a eventual redução de pedidos de crédito de empresas e particulares, a eventual descida das taxas de juro do BCE – sem data prevista – que diminuirão o obsceno lucro obtido pelo diferencial entre os juros dos empréstimos face aos depósitos. Ou seja, futurologia.
Melhor rentabilidade de sempre
Sobre aos lucros de 2023 – um dado concreto – não se fala… E, menos ainda, da partilha de resultados que, conforme resulta da informação publicada pela própria Instituição, o “… resultado líquido consolidado de 28,4M€ e recorrente de 144,5M€ com referência ao ano de 2023, representando este último a melhor rendibilidade alguma vez obtida pela instituição e traduzindo um aumento de 110,7M€ face aos 33,5M€ registados no ano de 2022.”
Por outro lado, refira-se que, ao contrário de outros bancos, o Montepio beneficiou da declaração de “empresa em reestruturação” para aliviar os quadros de pessoal, situação a que chegou pelos motivos conhecidos e para a qual nada contribuíram os trabalhadores – que foram as vítimas.
Por todas estas razões, os trabalhadores merecem aumentos salariais justos e estes Sindicatos não estão disponíveis para aceitar nada menos do que isso.